O conteúdo apresentado aqui, são notas e destaques do curso “Desenvolvimento de Objetos e Atividades de Aprendizagem” promovido pela escolavirtual.gov.br. A dinâmica com que o conteúdo foi apresentado no formato de MOOC é muito interessante, foram utilizadas páginas bem interativas com o uso do padrão SCORM para integrar o conteúdo ao moodle. O próprio objeto de aprendizagem que compõe o curso é um ótimo modelo.
Conceito
O destaque para a definição de Objetos de Aprendizagem vai para a compreensão desse conteúdo e de seu formato como algo capaz de ser reutilizado ou reproduzido em mais de uma disciplina com o propósito de gerar aprendizagem. Por esse propósito diferencia-se dos objetos de informação.
Objetos de Aprendizagem “[…] são unidades de instrução/ensino reutilizáveis, definidas como ‘qualquer unidade digital ou não digital que possa ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante o aprendizado suportado por tecnologia” (LITTO; FORMIGA, 2012, p. 245);
Referência: LITTO, Fredric Michael; FORMIGA, Marcos (Ed.). Educação a distância: o estado da arte. Pearson, 2012.
Características
Diferentes autores apresentam diferentes características que explicam e delimitam o conceito de objeto de aprendizagem. Aqui seguem algumas características que considerei interessantes e que são relevantes, principalmente para a concepção de um Objeto de Aprendizagem.
Características pedagógicas:
O curso apresenta mais tópicos, mas destaquei dois, que considerei fundamentais porque relacionam-se com a experiência de uso que o estudante faz do objeto de aprendizagem disponibilizado para ele, e pressupõe uma participação ativa e motivadora na interação com a solução de mediação de aprendizagem que lhe foi proposta.
Interatividade: Solicitar do estudante uma ação de interação com o OA, pode ajudar a reter a atenção e despertar o interesse para o conteúdo que está sendo apresentado. Responder alguma coisa, observar, escutar, são ações que demandam uma postura ativa.
Afetividade: Esse item foi selecionado para destacar a importância de se pensar a motivação durante a execução das ações. Os sentimentos que envolvem o consumo da experiência são importantes para que seja um momento agradável e enriquecedor, o que pode inclusive gerar mais memorabilidade.
Características técnicas:
As características técnicas tendem a ressaltar a importância da escalabilidade, reutilização e disponibilidade do OA, constituindo assim um recurso da aprendizagem aberta. Essa proposição relaciona-se com os ideais da cultura livre e software livre. Desse modo, destaca-se:
Portabilidade e Interoperabilidade: Refere-se à possibilidade de utilizar o OA em diferentes plataformas e integrado a diferentes sistemas.
Reusabilidade: Possibilidade de reusar o OA em diferentes soluções.
Granularidade: O OA é composto por unidades de conteúdos menores, de modo a facilitar sua reutilização.
A padronização com SCORM é outra característica relevante, esse formato condiciona as características técnicas relacionadas com a capacidade de reutilização do OA.
Referência: BRAGA, Juliana (Org.). Objetos de Aprendizagem Volume 1: introdução e fundamentos. Santo André: UFABC, 2015. 157p. Disponível em: http://pesquisa.ufabc.edu.br/intera/wp-content/uploads/2015/11/ObjetosDeAprendizagemVol1_Braga.pdf.
Ferramentas
Algumas ferramentas open source que podem ser utilizadas para a produção de OAs:
eXe – elearning: https://exelearning.org/ – nunca usei
H5P: https://h5p.org/ (integrado às versões mais recentes do Moodle) – Possui vários recursos de interação e já sua integração ao moodle, é muito desejável. Considero essa solução fácil de utilizar, mas não vi como exportar o OA para a interoperabilidade.
Xerte: https://xerte.org.uk/ – Possui vários recursos de interação, não é tão intuitiva, mas permite uma customização maior do OA. Dá para exportar para SCORM e importar em qualquer plataforma que aceite o padrão.
Dicas
O compartilhamento de experiências é uma das principais vantagens que um curso como o “Desenvolvimento de Objetos e Atividades de Aprendizagem” pode oferecer. As professoras que montaram o conteúdo capricharam na estrutura visual e apresentaram uma visão bem detalhada de quem efetivamente produz OAs. As dicas para elaboração de conteúdo selecionadas seguem abaixo:
- Produzir apenas o conteúdo que não existe ainda, ou que já não está esgotado em outras fontes;
- Selecionar conteúdos de terceiros, com o devido crédito e autoria para trazer diversidade para o conteúdo;
- Buscar uma redação inteligível, com termos simples e uma redação em ordem direta;
- Evitar referenciar um elemento didático da turma externo ao OA. Ex: “Como foi visto no módulo tal…”
Essas dicas me pareceram relevantes, quando fui fazer a reutilização de um OA que produzi no Xerte precisei editar o conteúdo para não referenciar um fórum que já não existia. E já que a ideia é abrir o recurso para reutilização por outros professores, essa dica é bem valiosa.
Se você também fez o curso e sabe qual foi a ferramenta que utilizaram para a criação dos OAs, comenta aqui embaixo, gostaria de saber como foi feito porque ficou muito bacana.